sábado, 9 de maio de 2009

A Eutanásia

Hoje em dia, na nossa sociedade, surgem questões bastante polémicas e opiniões bastante divergentes em relação a elas. Uma dessas questões é a eutanásia.
Eutanásia tem como significado “boa morte”, isto é, o fim do sofrimento. Mas esta é a definição mais simples que podemos encontrar num jogo mais complexo de valores. A eutanásia é muito mais do que uma “boa morte”.
Todo o ser humano deve ter liberdade de decisão individual. Aliás, esta é a nossa condição: fazer escolhas. Regra geral, nas sociedades democráticas, esta capacidade é respeitada. Porém, muitas vezes, uma opção individual choca com valores alheios de tal forma que gera uma tempestade de argumentos e contra-argumentos socialmente esgrimidos. É o que acontece em torno da questão da eutanásia.
A posição que aqui vou defender é que a eutanásia deve ser uma realidade legal e racionalmente enquadrada.
O sofrimento é tido, por muitos, como pedagógico e redentor. O problema, contudo, está numa espécie de sofrimento físico e psicológico declarado, clinicamente, como insuperável, em função de uma doença terminal ou de uma condição física completamente incapacitante. Que redenção ou pedagogia pode proporcionar este sofrimento quando quem sofre não o interpreta dessa maneira mas apenas como uma prisão torturante e definitiva? Que dizer a um homem ou a uma mulher comum em tais circunstâncias? Teremos todos de acreditar em verdades reveladas, mas nunca confirmadas, e de sofrer por elas e pela boa consciência das pessoas saudáveis e felizes? É o que está em questão quando se fala em eutanásia legalmente enquadrada.
Deve dizer-se, aliás, que em muitos hospitais, inclusivamente do nosso país, se pratica uma espécie de eutanásia passiva, uma prática em que não se põe termo a um sofrimento irremissível mas em que se administram cuidados paliativos sem esperança nenhuma de recuperar a vida do paciente. Sucede, porém, que este não tem direito a escolher permanecer nessa condição desesperançada ou pôr-lhe termo se considerar isso mais digno.
A única coisa que aqui está em causa é isto: com que direito, estando um indivíduo irremediável e cientificamente condenado a uma vida de grande sofrimento físico e moral, é que se lhe pode impor a continuação de uma vida, justamente a dele, em nome de convicções que, pelo contrário, são de outros. A nossa vida, a vida de cada um, é demasiado preciosa para que seja instrumentalizada a favor da boa consciência, conforto ou crenças de outros.
A qualidade de vida de uma pessoa não se pode degradar ao ponto de se transformar num caminho doloroso, mais ou menos demorado e irreversível. Se uma sociedade civilizada tem como objectivo promover a felicidade e repudiar o sofrimento, porque não criar uma lei da eutanásia em Portugal?

Vanessa Pina
10º C

6 comentários:

Satrix disse...

Tenho umas quantas objecções pessoais quanto a este tema, e volto a frisar PESSOAIS, apenas.

Como disseste no teu artigo, Vanessa, todos têm direito a ter opinião principalmente sobre o seu próprio corpo e agir segundo tal opinião desde que essa acção não comprometa certas acções de outrem.

Também tens completa razão quando afirmas que é errado agir sobre o corpo de outro, ainda pior se essa acção for contra o seu desejo.

Falando agora sobre as minhas objecções, eu penso (pois nunca tive numa situação em que estivesse em qualquer tipo de sofrimento tal que fosse insuportável) que tudo, mas TUDO é melhor do que a morte.

Podem me até vir a chamar hipócrita caso venha a mudar de opinião numa hora mais critica, mas pensando sobre este assunto, acho que apesar de todo o sofrimento que qualquer pessoa esteja em contacto, isto é apenas um sinal que de facto estamos vivos, pois se estivessemos mortos nao sentiriamos nada.

E seria portanto uma afronta até para todos os potenciais seres humanos com que "lutámos" antes mesmo de ter nascido, vencemos contra uma probabilidade imensamente reduzida, e agora vamos deitar a nossa vida fora assim?

Pode parecer ridiculo, porque ninguem pensaria nisto na hora critica de sofrimento, mas penso apenas que os pacientes em estado vegetativo, ou seja em coma e já há algum tempo teriam direito a tal. Só que penso que nessa situação já não se tratava de eutanásia, pois eles não tomaram qualquer decisão nem tinha possibilidades para tal, estou errado?

De qualquer das maneiras gostei de como explicaste a tua posição :P

(Esperando uma resposta :p)

_____________
Satrix

Unknown disse...

Bem...1 ano depois apareço aqui para te contar algo de experiência própria. Tive a infelicidade de estar perante alguém querido e doente. Merkel Cell Cancer, um dos piores tipos de cancro de pele, retratado pela sua agressividade e facilidade em criar metástases. Além disso tem uma elavada taxa de mortalidade, incidente mesmo em casos com diagnóstico precoce.

A minha prima, durante dois anos e meio foi sujeita a cirurgias e exposta a tratamentos de quimio e radioterapia (o normal nesta patalogia), o que a deixou bastante debilitada. Numa última fase da sua vida, após uma luta incessante terminou numa cama de hospital, totalmente incapacitada, sob o efeito de morfina, à ''espera'' da morte. Após uma semana acabou por falecer, felizmente sem nenhuma dor (as dores provocadas por este tumor são das piores existentes).

O que aqui te quero dizer é que ninguém desiste da vida, todos temos esperança até à última. Eu tive esperança que ela sobrevivesse até ao dia...

Concordo plenamente com o facto ''TUDO é melhor do que a morte''...principalmente com esse tudo em letras maiúsculas.

Contudo, existem estados bastante debilitantes para a pessoa em causa. Estados de dor, física (sim porque isto aplica-se a pessoas realmente doentes, com dores verdadeiramente intensas, e não a pessoas psicologicamente afectadas, que se sentem sós e tentam encontrar uma forma indolor de se suicidarem, em que a prática de eutanásia talvez as ajudaria ).

Nesse tipo de casos, caso a pessoa em causa decida pôr fim à sua vida, penso que e sua vontade deve ser realizada.

Nota que isto não quer dizer que o paciente desistiu de lutar. Talvez tenha chegado à conclusão, através da opinião médica que não vale a pena continuar, ou seja, que está em estado terminal. Este estado, por vezes é bastante doloroso, pois nem sempre há medicamentos suficientes para abafar a dor.

Na minha opinião, de que serve prolongar a vida de uma pessoa uma semana, se esta se encontra em sofrimento? No caso da minha prima, a morfina já lhe tinha danificado os sentidos, e portanto já não sentia quase nada...ela acabou por falecer quando deixaram de lhe fornecer alimentação artificial...pois o organismo dela já estava todo afectado pelo tumor metastizado (grande parte do corpo ficou infectada), e a morfina acabou com os sentidos dela...

Isto para te explicar que no caso de doentes terminais, teremos que levar sempre em conta a luta...Ninguém desiste logo ao primeiro prognóstico.

Agora as pessoas que se encontram em coma vegetativo:

Não poderemos aplicar as mesmas regras, pois estas não têm direito de escolha, ou seja livre arbítrio (devido à condição em que se encontram).


Além disso existe uma grande dúvida acerca da variável tempo, ou seja muitos pacientes já acordaram após anos em estado de coma.


Para finalizar resta pedir desculpa pela demora a comentar, e ainda te lembrar algo:

Ninguém desiste de lutar pela vida...Todo o ser humano dá o seu máximo, pois há sempre aquela esperançazinha no coração...Contudo, esta apaga-se quando há certezas do fim...E é apenas aí que se coloca em questão o poder de decisão da morte...

Há quem diga que isto é brincar com as Leis de Deus...Mas a essas pessoas só resta lembrar que alguém depositou as suas últimas esperanças Nele...

Unknown disse...

Nao cobcordo uma coisa é o paciente esta conciente e aceitar e a familia mais fazer como fizeram com minha mãe não deram o tratamento adequado se ela estava con cancer tinha que fazer quimio ou radio nao a colocarem numa ibfermaria de ancologia encher ela de morfina sem da um parecer a familia do que se tratava e ainda mais com um resultado duvidoso que deu negativo é. Medica veio confirmar pela concepção e ponto de vista e no final minga mãe debilitada de tantos remedios vir me falar que ela era oaciente terminal e sem direito a UTI E RRSSUCITAÇAO TIRARAM A COMIDA A AGUA DEKA POR ULTIMO O SORO PRA MORRER DESIDRATADA SÃO UNS CRININOSOS ISSO SIM.

Unknown disse...

Vou denúncia esses criminosos e sou a favor quando o paciente aceita e a familia concorda mais eles decidirem não concordo nunca não foi a mãe deles que eles mataram foi a minha o unico tesouro que eu tinha na vida.

Unknown disse...

Vou denúncia esses criminosos e sou a favor quando o paciente aceita e a familia concorda mais eles decidirem não concordo nunca não foi a mãe deles que eles mataram foi a minha o unico tesouro que eu tinha na vida.

Unknown disse...

Nao cobcordo uma coisa é o paciente esta conciente e aceitar e a familia mais fazer como fizeram com minha mãe não deram o tratamento adequado se ela estava con cancer tinha que fazer quimio ou radio nao a colocarem numa ibfermaria de ancologia encher ela de morfina sem da um parecer a familia do que se tratava e ainda mais com um resultado duvidoso que deu negativo é. Medica veio confirmar pela concepção e ponto de vista e no final minga mãe debilitada de tantos remedios vir me falar que ela era oaciente terminal e sem direito a UTI E RRSSUCITAÇAO TIRARAM A COMIDA A AGUA DEKA POR ULTIMO O SORO PRA MORRER DESIDRATADA SÃO UNS CRININOSOS ISSO SIM.